Minha caminhada na religião começou antes mesmo de eu entender o que era fé. Aos 8 meses de idade, por causa de problemas de saúde, fui levada ao caminho espiritual como uma tentativa de cura. O que começou como uma necessidade física, logo se revelou como o propósito da minha vida.

Hoje, com 49 anos e 38 deles vividos dentro da religião, olho para trás e vejo uma estrada construída com amor, fé e muita luta. Passei por diversas tradições: quimbanda, nação, povo cigano e candomblé. Cada uma delas me moldou, me ensinou, e deixou marcas profundas na minha forma de viver e cuidar da espiritualidade.

Essa não é apenas uma história religiosa. É uma história de vida, de entrega, de conexão com o sagrado. Tudo o que construí veio do coração, do desejo genuíno de cuidar, orientar e acolher. A religião me salvou, me fortaleceu e me ensinou a transformar dor em propósito.

Mais do que números, datas ou títulos, essa jornada é marcada por encontros — com pessoas, com guias, com ancestrais. E por mais que o tempo passe, a chama que me move continua acesa. Porque quando se vive pela fé, cada dia é um recomeço, cada filho é um novo universo, e cada ritual é uma oração viva.

Essa é a minha história. E ela continua sendo escrita, com amor e axé.